terça-feira, 6 de novembro de 2012

A criança em idade escolar


O período da vida que vai dos 6 anos até aproximadamente os 12 anos, geralmente é designado como idade escolar. Começa com o ingresso da criança numa esfera mais ampla de influencias, representada pelo ambiente escolar. A expressão idade das turmas descreve a associação da criança com os companheiros de sua idade e a aquisição da cultura própria da idade escolar.Esse período é considerado como período de latência, ou seja, uma época de tranquilidade sexual entre as fase edipiana e o eroticismo d adolescência.

Analisando do ponto de vista fisiológico, os anos escolares começam com a queda dos primeiros dentes decíduos e termina com a erupção dos dentes permanentes ( com exceção dos dentes do siso), na época da puberdade. O crescimento e desenvolvimento da criança, nesse período, é gradativo,  acompanhado de progressos mais firmes e mais uniforme, tanto na esfera física como emocional.



Desenvolvimento Biológico
Durante a idade escolar, o cresciemento pôndero-estatural assume um ritmo mais lento, porém constante, quando comparado com aquele dos anos que se seguem após. Havendo um ganho médio de 2,0 a 3,0 kg e de 5,0 cm por ano. As pernas tornam-se longas e a cabeça adquire uma proporção menor em relação ao comprimento total do corpo.As crianças têm uma aparência esguia, mais magra. Meninos e meninas são muito parecidos fisicamente.
As proporções faciais mudam à medida que a face cresce mais rápido em relação ao restante do crânio.

O crânio e o cérebro crescem muito lentamente durante esse período e aumentam pouco em tamanho depois disso.
A substituição dos dentes decíduos pela dentição permanente acontece. O primeiro dente permanente (6 anos) começa com o primeiro molar.  Com o aparecimento do segundo molar permanente, a maioria dos dentes permanentes está presente.  Essa dentição é mais avançada nas meninas que nos meninos.
A tendência à miopia aumenta no período escolar.  Em decorrência disso, a criança pode apresentar dificuldades na aprendizagem escolar, caso o problema não seja identificado e tratado.
O movimentos respiratórios passam a ser predominantemente torácicos. O coração cresce mais lentamente durante a fase intermediária e é menor em relação ao corpo do que em qualquer outro período da vida. A FC e FR diminuem continuamente e a pressão arterial aumenta durante a idade de 6 a 12 anos.  Valores: FR = 18-20 mrm/ FC = 90-120 bpm/ P.A sistólica = 100 a 110 mmHg.
A maturidade do trato G.I é percebida pela:  menor freqüência de distúrbios; maior capacidade estomacal; maior tolerância a intervalos maiores entre as refeições. A capacidade da bexiga varia muito de criança para criança, mas, em geral, é maior nas meninas.
Na idade escolar são alcançados os níveis de imunoglobulinas presentes no adulto. Torna-se mais eficiente no sentido de localizar infecções e produzir resposta antígeno-anticorpo. Ao final da idade escolar ocorre regressão do tecido linfático da nasofaringe, o que leva a uma diminuição das infecções do ouvido.
Na idade escolar, a maturação desse sistema está incompleta.  Os ossos continuam a se ossificar durante toda a infância, mas propiciam maior força e tensão muscular que os ossos maduros. Escolares devem ter ampla oportunidade para se movimentar, devendo observar o cuidado apropriado no transporte de cargas pesadas.
Importante: atividades físicas compatíveis com sua condição, que não sejam de excessiva intensidade e duração, e não impliquem em carregar muito peso.
Importante: estimular a adoção de postura anatômica correta, com uso de mesas e cadeiras apropriadas, especialmente na escola.
É característico do escolar a  realização de atividades físicas variadas, que envolvem maior equilíbrio e coordenação motora. Aprecia atividades esportivas em grupo e recreativas organizadas por regras. O desenvolvimento de habilidade manual permite-lhe aprender a escrever, bordar, fazer tricô, construir e reparar brinquedos.  Capaz de realizar o cuidado pessoal, mas precisa ser cobrado e supervisionado.

Desenvolvimento Psicossocial

Freud: Período de Latência/ Tranquilidade entre a fase edipiana e erotismo da adolescência.

Teoria de Erikson: Estágio de realizações/ Deseja de desenvolver habilidades e ser socialmente útil/ Senso de competência pessoal e interpessoal. Aprendem o valor de trabalhar com o “outro”. Perigo: sentimento de inferioridade.                                           

Desenvolvimento Cognitivo/intelectual

Teoria de Piaget: 7-11 anos (estágio operacional concreto): a criança é capaz de realizar operações mentais, ou seja, objetos, fatos e experiência podem ser articulados abstratamente em nível de pensamento.

Aquisição de noções de conservação, classificação e combinação. 
Conservação
  Aprendizado de que os objetos conservam sua matéria quando sua forma é modificada.
Classificação
-Habilidade de agrupar objetos que possuam características comuns (cor, forma).
-Habilidade de seriar objetos, ordenando-os segundo alguma escala (do menor para o maior, etc).
-Os escolares se ocupam com coleções numerosas e variadas de objetos como: adesivos, selos, conchas, bonecas, carros, pedras e tudo que for passível de classificação.
-Começam a ordenar amigos e colegas

Combinação
Capacidade de trabalhar com números (as 4 operações).
—Com o alfabeto (leitura e escrita).
 Compreensão de tempo e espaço e suas relações com os eventos.

Desenvolvimento moral
Teoria de Kolberg: as crianças não acreditam que padrões de comportamento venham de dentro de si mesmas, mas orientados por outros (6-7 anos)
   A partir dos 8 anos julgam os atos pelas intenções e não somente por suas consequências.




Fonte: WONG, D. L. Enfermagem pediátrica - elementos essenciais à intervenção efetiva. 5a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 

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