sexta-feira, 6 de maio de 2011

Situação Epidemiológica das Doenças Transmissíveis no Brasil

A situação epidemiologica doenças transmissíveis tem apresentado mudanças significativas, observadas através dos padrões de morbimortalidade em todo o mundo: introdução de novas doenças, a exemplo da AIDS, ou de agentes que sofrem modificações genéticas e se disseminam rapidamente através das populações de países e continentes, a exemplo da atual pandemia produzida pelo vírus da Influenza A(H1N1). Doenças “antigas”, como a Cólera e a Dengue, ressurgiram e endemias importantes, como a Tuberculose e as meningites persistem, fazendo com que esse grupo de doenças continuem representando um importante problema de saúde pública.

A  situação das Doenças Transmissíveis no Brasil, no período compreendido entre o início dos anos de 1980 até o presente momento, corresponde a um quadro complexo que pode ser resumido em três grandes tendências: 
  • doenças transmissíveis com tendência declinante;
  • doenças transmissíveis com quadro de persistência;
  • doenças transmissíveis emergentes e reemergentes; 
Doenças transmissíveis com tendência declinante

Reduções significativas têm sido observadas na ocorrência de várias doenças transmissíveis em virtude do uso de instrumentos eficazes de prevenção e controle.
A varíola foi erradicada em 1973; a Poliomielite,em 1989. A transmissão contínua do Sarampo foi interrompida desde o final de 2000. O número de casos de Tétano Neonatal passou de 16 em 2003 para 5 em 2007, correspondendo à redução de 70% dos casos no período de 5 anos ( Esta doença ainda ocorre em diferentes municípios das regiões Norte e Nordeste, áreas definidas como prioritárias para intensificação das medidas de controle desde 2003). A redução na incidência e na concentração dos casos da Raiva humana transmitida por animais domésticos, nas regiões Norte e Nordeste, apontam para a perspectiva de eliminação.Outras doenças transmissíveis com tendência declinante são: a Difteria, a Coqueluche e o Tétano Acidental, todas imunopreveníveis; a mesma tendência também é observada para a Doença de Chagas, endêmica há várias décadas no país, a Febre Tifóide, além da Oncocercose, a Filariose e a Peste, cuja ocorrência é limitada a áreas restritas.

Doenças transmissíveis com quadro de persistência

Incluem-se as hepatites virais, especialmente as B e C em função das altas prevalências, ampla distribuição geográfica e potencial para evoluir para formas graves. A Tuberculose (todas as formas) apresentou um certo declínio em 2000. A Leptospirose nas áreas que oferecem condições ambientais adequadas para a sua transmissão. As meningites, também, se inserem neste grupo de doenças, destacando-se as infecções causadas pelos meningococos B e C. As leishmanioses (visceral e tegumentar) e a Esquistossomose possuem elevadas prevalências. A Malária com tendência de  elevação  em função da ocupação desordenada da região amazônica. Em 2008 e 2009, observou-se nova incursão do ciclo da Febre Amarela silvestre para além das áreas consideradas de transmissão.

Doenças transmissíveis emergentes e reemergentes

São denominadas de emergentes aquelas doenças que surgiram, ou foram identificadas, em período recente, ou aquelas que assumiram novas condições de transmissão.As reemergentes, por sua vez, são as que ressurgiram como problema de saúde pública, após terem sido controladas no passado.
Doenças emergentes:  a Aids, Influenza, A (H1N1) 2009
Doenças reemergentes: Dengue, a Cólera



*Informações sintéticas do Guia de Bolso das DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. 8ºed. 2010.